14 de dez. de 2019

OS PLEONASMOS E EXEMPLOS



I - Pleonasmo é o uso excessivo de palavras na transmissão de uma ideia: quando ocorre repetição desnecessária de palavra. Pode atuar como, pleonasmo literário, ou pleonasmo vicioso, ou como figura de linguagem, ou ainda como erros, ou vício de linguagem.
1º- A diferença do pleonasmo tradicional: Tem pleonasmo vicioso quando há repetição desnecessária de uma frase. Observação: o pleonasmo é considerado vício de linguagem quando usado desnecessariamente, no entanto, quando usado para reforçar a mensagem, constitui uma figura de linguagem, ou pleonasmo literário.

2º- Pleonasmo literário: No pleonasmo literário há uma repetição de ideias que visa intensificar o valor expressivo das palavras, reforçando o que está sendo transmitido, e assim despertar sentimentos e captar a atenção do leitor.

3º- Pleonasmo vicioso: No pleonasmo vicioso, a repetição das ideias é supérflua e inútil, sendo desnecessária para a transmissão do conteúdo da frase. Os vícios de linguagem ocorrem, normalmente, por falta de atenção e pouco conhecimento dos significados das palavras pelos falantes.                                               

II - Veja estes exemplos de pleonasmo vicioso:

· Entrar para dentro;
· Sair para fora;
· Subir para cima;
· Descer para baixo;
· Adiar para depois;
· Surpresa inesperada;
· Outra alternativa;
· Ver com os olhos;
· Protagonista principal;
· Elo de ligação;
· Encarar de frente;
· Conclusão final;
· Há muito tempo atrás;
· Planejar antecipadamente;
· Repetir de novo;
· Consenso geral;
· Fatos reais.


III - Pleonasmo vicioso, ou vício de linguagem. Nestes casos não é necessário ao contexto da frase, geralmente é usado por desconhecimento ou por falta de cuidado com o uso da linguagem, ou expressão. O pleonasmo vicioso é um “erro comum” que sempre se ouvem, veja outro exemplo: 
1º- Eu não sei por que, eu estou falando isso. 
2º- O dinheiro é a raiz de todo mal. Não, o amor ao dinheiro é a raiz de todo mal. 
3º- Obedecei a vossos Pastores no Senhor. Obedecei a vossos Pastores e sujeitai a eles. 
4º- Dificulidade - dificuldade. 
5º- As penas isso - A penas isso. 
6º- E ainda os NE no final de quase todas as freses. 

IV - Supor que números arredondados são falsos: Como acontece na linguagem comum, a Bíblia também usa números arredondados (Js 3:4; 4:13). Ela se refere ao diâmetro como sendo 1/3 da circunferência de alguma coisa (2 Crônicas 19:18; 21:5). Conquanto isto seja apenas uma aproximação, (Lindsell 165-166), pode ser visto como impreciso do ponto de vista da sociedade tecnológica.

V - Negligenciar a observação das tendências literárias: A linguagem humana não se limita a um modo de expressão.  Portanto, não há razão para supor que somente um gênero literário fosse usado em um livro divinamente inspirado. A Bíblia revela uma porção de tendências literárias. Livros inteiros são escritos em forma de poesia (Jó, Salmos e Provérbios). Os evangelhos sinópticos mostram parábolas. Em (Gálatas 4), Paulo usa a alegoria. O Novo Testamento está cheio de metáforas (2 Coríntios 3:23; Tiago 3:6); de semelhanças (Mateus 20:1; Tiago 1:6); de hipérboles (João 21:25; 2 Coríntios 3:2; Colossenses 1:23); e até de figuras poéticas (Jó 41:1). Jesus usou a sátira (Mateus 19:24; 23:24). Figuras de linguagem são comuns em toda a Bíblia. Não é errado um escritor bíblico usar uma figura de linguagem, mas é errado um leitor tomar literalmente uma figura de linguagem. Obviamente, quando a Bíblia fala que o crente “se abriga à sombra das asas do Senhor”  (Salmo 36:7), ela não está dizendo que Deus seja uma ave cheia de penas. Quando ela diz que Deus “desperta”  (Salmo 44:3), como se Ele estivesse dormindo, isto significa apenas que Deus entra em ação.

VI - Os erros dos expositores na exposição da palavra de Deus:  Existem três erros inadmissíveis no estudo para a exposição da palavra de Deus. “Seja diligente nestas coisas; dedique-se inteiramente a elas, para que todos vejam o seu progresso” (1 Tm 4:15). Nosso intuito neste comentário não é só promover uma crítica, mas oferecer orientações que corrijam comportamentos equivocados no púlpito ou nas salas de aula da Escola Dominical, e que ao mesmo tempo ajudem os expoentes cristãos a prosseguirem rumo à excelência da pregação ou ensino.  

Primeiro erro é um absurdo: O achismo,  eu acho que... É claro que no estudo particular da Bíblia nós vamos formando opiniões que se confirmarão, ou não, na medida em que aprofundamos nossa investigação. Há inclusive textos difíceis e obscuros que abrem um leque de possibilidades interpretativas. Estou consciente disso, mas, entretanto não podemos aplicar neste texto o achismo, eu acho que é istoO achismo é um erro a ser evitado, é aquela prática cômoda e negligente de opinar sobre tudo. Negligente significa preguiça de estudar e pesquisar, e buscar um embasamento bíblico teológico sério, e comprometido com as regras da hermenêutica e da exegética. É um absurdo usar o “eu acho que…”, “eu penso que…” ou é “minha opinião…”, sem um compromisso com o que o texto bíblico realmente diz, quer seja no texto ou no seu contexto. Se a Bíblia oferece respostas, então não precisamos ficar dando opinião. Onde Deus se pronuncia, nossas opiniões tornam-se inúteis. O estudante e expositor precisam, “manejar bem a palavra da verdade” (2 Tm 2:15). A fim de “responder com mansidão aos que pedirem a razão de sua fé” (1 Pe 3:15). Se formos diligentes no estudo bíblico, e desenvolvermos afinidade com um bom curso teológico, então naturalmente fortaleceremos nossas convicções e em nossa boca se ouvirá menos “eu acho que…”. Mas pelo contrarioEstá escrito…”, “A Bíblia diz que…” ou “Assim diz o Senhor…”. Como dizia “Charles Spurgeon”, a Bíblia, toda a Bíblia, nada além da Bíblia é a verdadeira religião da igreja de Cristo.

Segundo erro é se contentar em viver na ignorância: Algumas vezes o apóstolo Paulo doutrinou as igrejas contra a ignorância (1 Co 12:1; 1 Ts 4:13) e o apóstolo Pedro orientou para crescêssemos em graça e em conhecimento (2 Pe 3:18). Todos sabem que Paulo era um homem de alto conhecimento teológico, cultural, ao passo que Pedro, também apóstolo do Senhor, mas era um homem de pouca instrução secular, era um simples pescador da Galileia.

Mas ambos eram contra a ignorância! Hoje na era da globalização, da informação, do acesso facilitado e das instituições de ensino teológico, não há mais espaço para que os pregadores e para os que ensinam viverem na ignorância e menosprezam o dever de estudar teologia. Noutros tempos bastava citar “a letra mata” para afugentar muita gente do Estudo Teológico; hoje, porém, todos sabem que a letra de que Paulo falava não é o Estudo Teológico, mas a letra da lei mosaica que ordenava sentença de morte aos transgressores (2 Co 3:6). O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica.
A Lei trouxe condenação, mas o Evangelho trouxe salvação! Inclusive salvação da ignorância, já que Deus quer que o homem seja salvo “chegue ao pleno conhecimento da verdade” (1 Tm 2:4). Os que ensinam a Palavra de Deus devem ser um incentivador da leitura e do estudo teológico, assim como Paulo estimulou o jovem Timóteo: “Persiste em ler…” (1 Tm 4:13).
(c) Terceiro erro: Muitos vivem superficialidade travestida de espiritualidade. Alguns querem justificar sua antipatia pelo estudo bíblico teológico usando de um falso discurso de espiritualidade: “Não preciso de teologia. Meu negócio é joelhogia!”. Dizem isso como se os joelhos substituíssem o cérebro, ou como se a teologia fosse em si mesma contrária às boas práticas devocionais. Isto é um grande engano! Unção e instrução devem andar juntas no ministério de um bom expositor da Palavra de Deus!
  Não é preciso cometer suicídio intelectual para poder servir a Deus, até porque é mandamento divino amar a Deus com o coração, mas também com todo o nosso entendimento (Mc 12:30). Deus nos deu cérebro e espera que façamos bom uso dele para servirmos melhor ao nosso próximo e prestarmos adoração completa ao Senhor. “Tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome” (Sl 103:1). Isso inclui o nosso intelecto, onde habita a disposição para estuda a palavra de Deus.
    É de todos conhecida a história de um velho crente que foi indagado sobre o que era mais importante, se a oração ou a Palavra, ao que ele respondeu sabiamente com outra pergunta: o que é mais importante, a asa direita ou a asa esquerda de um pássaro?

A resposta todo sabe. O pregador e mestre sabem que deve haver um equilíbrio entre oração e estudo bíblico teológico para que possamos estar devidamente habilitado para transmitir todo o conselho do Senhor. Igual equilíbrio deve haver entre unção e instrução, santificação e erudição.
Se formos humildes para corrigir eventuais equívocos em nossa postura e demonstrar interesse, certamente, seremos como disse Paulo a Timóteo. “Seja diligente nestas coisas; dedique-se inteiramente a elas, para que todos vejam o seu progresso” (1 Tm 4:15).

VII - Os dez mandamentos para os bons teólogos. Todos os bons teólogos conseguirá entender esses dez mandamentos à risca:
1º- Não tente explicar o inexplicável, (há questões que são somente para crer, não para explicar).
2º- Evite concentrar-se em especulações ou discussões e em questões secundárias que não levam ninguém ao céu, (isso é perda de tempo precioso que poderia estar sendo investido em outras questões edificantes para a igreja, e mais, muitos por causa dessas discussões teológicas infindáveis perderam amigos que se fizeram inimigos);
3º- Aprenda a dizer: “Não Sei”. (Se você não sabe, não enrole);
4º- Domine o vocabulário teológico, leia muitos livros teológicos, continue fazendo curso e continue se aperfeiçoando, e estude, e estude, e estude;
5º- Não se esqueça de seu momento com Deus, ore muito, leia e medite na Bíblia;
6º- Duvide de suas dúvidas (seja um pesquisador constante, vá atrás, não se contente com as dúvidas);
7º- Lembre-se que os motivos que unem os crentes são maiores do que os que os afastam, enfatize as harmonias, as semelhanças e não os conflitos. Com exceção da apologética cristã que é útil e bíblica e milita contra heresias e seitas pseudos cristãs.
Não fique a criticar essa ou aquela denominação cristã por que seguem uma linha teológica diferente da sua, seja sábio, teologia não é pra isso.

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