Em (1 Pe 3:15). v15 antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós.
1º- O Credo dos
Apóstolos, século II;
2º- O Credo de Niceno
(325 d.C.);
3º- O Credo de Constantinopolitano
(381 d.C);
4º- O Credo de
Calcedônia (451 d.C);
5º- O Credo de
Atanásio (cerca do ano 500).
6º- O primeiro
Credo dos Pentecostais foi revisado, escrito e intitulado: “Em que creem os pentecostais”.
Esse credo começou a ser escrito desde década de 1970.
As
confissões de fé são marcas do período da Reforma, e as principais são as seguintes:
1º- Confissão de Augsburgo, de Lutero (1483– 1546);
2º-
A Confissão elaborada por Filipe Melâncton (1497–1560) em 1530;
3º-
As Confissões Helvéticas, a primeira 1534, a segunda 1566, e a última
(1504–1575);
4º-
A Confissão de Fé Gaulesa, preparada em 1559 por João Calvino (1509–1564);
5º-
A Confissão de Fé Escocesa, 1560, feita por uma comissão liderada por John Knox
(1513–72);
6º-
A Confissão Belga, 1561, preparada por Guido de Brès (1522– 67);
7º-
A Catecismo de Heidelberg, escrito por Zacarias Ursino (1534–1583).
Nossa declaração de fé sobre as Escrituras Sagradas:
1º- Nossa
declaração de fé é esta: Cremos, professamos e ensinamos que a Bíblia
Sagrada é a palavra de Deus, única revelação escrita de Deus, dada pelo
Espírito Santo, escrita para a humanidade e que o Senhor Jesus Cristo chamou as
Escrituras Sagradas e como também de “Palavra de Deus”; que os livros da Bíblia
a Escritura foram produzidos sob a inspiração divina, dada por Deus e ela é útil”
(2 Tm 3:16).
Isso
significa que toda a Escritura foi respirada por Deus, o que a distingue de
qualquer outra literatura, manifestando, assim, o seu caráter, que as
Escrituras Sagradas são de origem divina; seus autores humanos falaram e
escreveram por inspiração verbal ou sopro, plenária do Espírito Santo: “Porque
a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos
de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1:21).
2º- Propósito. São dois os propósitos das Escrituras Sagradas: revelar o próprio Deus e expressar a sua vontade à humanidade. Pelo primeiro, dentre outras formas de revelação, Deus graciosamente revelou a si mesmo pela Palavra: “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho” (Hb 1:1).
Pelo
segundo propósito, Deus expressa claramente a sua vontade redentora a todos e a
cada um dos seres humanos sem nenhuma acepção de pessoas, por meio da fé em
Jesus Cristo: “Porque nele se descobre a
justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé” (Rm 1:17).
Assim sendo, o Senhor Jesus Cristo é o centro das Escrituras. Ele mesmo disse: “São estas as palavras que vos disse estando
ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na
Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos” (Lc 24:44).
Tudo
o que precisamos saber sobre Deus e a nossa redenção está suficientemente
revelado em sua Palavra. Ela é o manual de Deus para toda a humanidade, e suas
instruções visam, também, à felicidade humana e o bem-estar espiritual e social
de todos os seres humanos.
O seu poder é capaz de destruir as fortalezas
de Satanás, como também pode penetrar no mais íntimo do ser humano. O próprio
Senhor Jesus Cristo derrotou Satanás usando o poder das Escrituras Sagradas
quando foi tentado por ele do deserto. Jesus evitou qualquer outro argumento,
abriu mão do uso de seus poderes sobrenaturais, característicos do seu
ministério terreno, e disse apenas “está
escrito”, e isso por três vezes. Citou a Lei de Moisés o livro de
Deuteronômio. Está escrito: Nem só de pão
viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus (Mt 4:1-11).
1. Na inspiração
divina verbal e plenária da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé e
prática para a vida e o caráter cristão (2 Tm 3:14-17);
2. Em um só Deus,
eternamente subsistente em três pessoas distintas que, embora distintas, são
iguais em poder, glória e majestade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; Criador
do Universo, de todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e
invisíveis, e, de maneira especial, os seres humanos, por um ato sobrenatural e
imediato, e não por um processo evolutivo (Dt 6:4; Mt 28:19; Mc 12:29; Gn 1:1;
2:7; Hb 11:3 e Ap 4:11);
3. No Senhor Jesus
Cristo, o Filho Unigênito de Deus, plenamente Deus, plenamente Homem, na
concepção e no seu nascimento virginal, em sua morte vicária e expiatória, em
sua ressurreição corporal dentre os mortos e em sua ascensão vitoriosa aos céus
como Salvador do mundo (Jo 3:16- 18; Rm 1:3.4; Is 7:14; Mt 1:23; Hb 10:12; Rm 8:34
e At 1:9);
4. No Espírito
Santo, a terceira pessoa da Santíssima Trindade, consubstancial com o Pai e o
Filho, Senhor e Vivificador; que convence o mundo do pecado, da justiça e do
juízo; que regenera o pecador; que falou por meio dos profetas e continua
guiando o seu povo (2 Co 13:13; 2 Co 3:6,17; Rm 8:2; Jo 16:11; Tt 3:5; 2 Pe 1:21;
Jo 16:13);
5. Na
pecaminosidade do homem, que o destituiu da glória de Deus e que somente o
arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo podem
restaurá-lo a Deus (Rm 3:23; At 3:19);
6. Na necessidade
absoluta do novo nascimento pela graça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo e
pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus para tornar o homem
aceito no Reino dos Céus (Jo 3:3-8, Ef 2:8.9);
7. No perdão dos
pecados, na salvação plena e na justificação pela fé no sacrifício efetuado por
Jesus Cristo em nosso favor (At 10:43; Rm 10:13; 3:24-26; Hb 7:25; 5:9);
8. Na igreja, que
é o corpo de Cristo, coluna e firmeza da verdade, na universal assembleia dos
fiéis remidos de todas as eras e todos os lugares, chamados do mundo pelo
Espírito Santo para seguir a Cristo e adorar a Deus (1 Co 12:27; Jo 4:23; 1 Tm
3:15; Hb 12:23; Ap 22:17);
9. No batismo
bíblico efetuado por imersão em águas, uma só vez, em nome do Pai, e do Filho,
e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28:19; Rm 6:1-6;
Cl 2:12);
10. Na necessidade
e na possibilidade de termos vida santa e irrepreensível por obra do Espírito
Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas de Jesus Cristo (Hb 9:14;
1 Pe 1:15);
11. No batismo no
Espírito Santo, conforme as Escrituras, que nos é dado por Jesus Cristo,
demonstrado pela evidência física do falar em outras línguas, conforme a sua
vontade (At 1:5; 2:4; 10:44-46; 19:1-7);
12. Na atualidade
dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua
edificação, conforme sua soberana vontade para o que for útil (1 Co 12:1-12);
13. Na segunda
vinda de Cristo, em duas fases distintas: a primeira — invisível ao mundo, para
arrebatar a sua Igreja antes da Grande Tribulação; a segunda — visível e
corporal, com a sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil
anos (1 Ts 4:16, 17; 1 Co 15:51-54; Ap 20:4; Zc 14:5; Jd 1:14);
14. No
comparecimento ante o Tribunal de Cristo de todos os cristãos arrebatados, para
receberem a recompensa pelos seus feitos em favor da causa de Cristo na Terra
(2 Co 5:10);
15. No Juízo Final,
onde comparecerão todos os ímpios: desde a Criação até o fim do Milênio; os que
morrerem durante o período milenial e os que, ao final desta época, estiverem
vivos. E na eternidade de tristeza e tormento para os infiéis e vida eterna de
gozo e felicidade para os fiéis de todos os tempos (Mt 25:46; Is 65;20; Ap 20;11-15;
21:1-4).
16. Cremos, também,
que o casamento foi instituído por Deus e ratificado por nosso Senhor Jesus
Cristo como união entre um homem e uma mulher, nascidos macho e fêmea,
respectivamente, em conformidade com o definido pelo sexo de criação
geneticamente determinado (Gn 2:18; Jo 2:1,2; Gn 2:24; 1:27).
CREMOS: professamos e
ensinamos o monoteísmo bíblico, que Deus é uno em essência ou substância,
indivisível em natureza e que subsiste eternamente em três pessoas — o Pai, o
Filho e o Espírito Santo, iguais em poder, glória e majestade e distintas em
função, manifestação e aspecto: “Portanto, ide, ensinai todas as nações,
batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28:19).
As
Escrituras Sagradas claramente revelam que a Trindade é real e verdadeira. Uma
só essência, substância, em três pessoas. Cada pessoa da santíssima Trindade
possui todos os atributos divinos — onipotência, onisciência, onipresença, soberania
e eternidade.
A
Bíblia chama textualmente de Deus cada uma delas; as Escrituras Sagradas, no
entanto, afirmam que há um só Deus e que Deus é um: “Todavia para nós há um só
Deus” (1 Co 8:6); “mas Deus é um” (Gl 3:20); “um só Deus e Pai de todos, o qual
é sobre todos, e por todos, e em todos” (Ef 4:6).
A unidade na
trindade.
A unidade de Deus não contradiz a doutrina da Trindade porque Deus não é uma
unidade absoluta, e sim uma unidade composta e dinâmica. Seu relacionamento com
o Filho e o Espírito Santo é desde a eternidade.
O
nome Elohim, plural de Eloah, “Deus” em hebraico, revela os primeiros
vislumbres da Trindade no Antigo Testamento. É o nome que aparece na
declaração: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1:1). O verbo
“criou” está no singular, e o sujeito Elohim, “Deus”, no plural, o que revela
uma pluralidade na deidade. Além disso, o monoteísmo do Antigo Testamento não é
absoluto e permite a pluralidade na unidade: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança” (Gn 1:26); “Então, disse
o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós” (Gn 3:22); “Eia, desçamos e confundamos ali a sua
língua” (Gn 11:7). Essa pluralidade na unidade é vista também no profeta
Isaías: “A quem enviarei, e quem há de ir
por nós?” (Is 6:8). Mas o Novo Testamento tornou explícito o que antes
estava implícito no Antigo Testamento, mostrando clara e diretamente as três
pessoas associadas em unidade e igualdade, como a fórmula batismal em (Mateus
28:19), e em outras passagens: “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o
mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há
diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos” (1 Co 12:4-6);
e na bênção apostólica: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a
comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!” (2 Co 13:13). Essa
unidade de natureza reaparece mais adiante: “Há um só corpo e um só Espírito,
como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor,
uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e
por todos, e em todos” (Ef 4:4-6); e na obra da redenção: “Eleitos segundo a
presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e
aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam multiplicadas” (1 Pe
1:2). Assim, o que estava implícito no Antigo Testamento é revelado
explicitamente no Novo Testamento e fica confirmado que a pluralidade na
divindade é tríplice, como Jesus deixou claro ao ordenar o batismo “em nome do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28:19).
Sobre a
identidade do Senhor Jesus Cristo: CREMOS, professamos e ensinamos que o
Senhor Jesus Cristo é o Filho de Deus e o único mediador entre Deus e os seres
humanos, enviado pelo Pai para ser o Salvador do mundo, verdadeiro homem e
verdadeiro Deus: “e dos quais é Cristo,
segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém” (Rm
9:5). Cremos na concepção e no nascimento virginal de nosso Senhor Jesus
Cristo, conforme as Escrituras Sagradas, que foi anunciado de antemão pelo
profeta Isaías e que ele foi concebido pelo Espírito Santo no ventre da virgem
Maria. Gerado do Espírito Santo no ventre dela, nasceu e viveu sem pecado: “como nós, em tudo foi tentado, mas sem
pecado” (Hb 4:15); que foi entregue nas mãos dos pecadores para ser
crucificado pelos nossos pecados, mas ressuscitou corporalmente dentre os
mortos ao terceiro dia e ascendeu ao céu, onde está à direita do Pai, e de onde
intercede por nós e voltará para buscar a sua Igreja.
1. Nomes e títulos de
Jesus. Há dezenas de nomes e títulos de nosso Senhor Jesus
Cristo nas Escrituras Sagradas. O nome “Senhor” fala sobre a divindade de
Jesus. A Septuaginta, antiga versão grega do Antigo Testamento, traduziu os
nomes divinos hebraicos Adonay e Yahweh pelo nome grego Kyrios, que é “Senhor”.
Dizer que Jesus é o Senhor significa reconhecer a sua divindade: “e ninguém
pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo” (1 Co 12:3). O nome
Jesus vem do hebraico Yehoshua ou Yeshua — “Josué”, que significa “Javé é
salvação”. A Septuaginta emprega Iesous para ambas as formas. Iesous é o nome
do Salvador usado no Novo Testamento grego, que chegou para nossa língua como
Jesus. O nome Cristo é a forma grega do hebraico mashiach, “ungido, messias”.
Assim, os nomes ou títulos “Messias” e “Cristo” são a mesma coisa: “Achamos o
Messias (que, traduzido, é o Cristo)” (Jo 1:41). Jesus é o Salvador Ungido, o
único que pode salvar os pecadores: “e lhe porás o nome de JESUS, porque ele
salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1:21).
2. A humanidade de
Cristo. As Escrituras Sagradas apresentam diversas
características humanas em Jesus. O relato de sua infância enfoca o seu
desenvolvimento físico, intelectual e espiritual: “E crescia Jesus em
sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens [...]. E o
menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de
Deus estava sobre ele” (Lc 2:40,52).
O
profeta Isaías anunciou de antemão sobre Emanuel: “manteiga e mel comerá, até
que ele saiba rejeitar o mal e escolher o bem” (Is 7:15). Ele tornou-se homem
para suprir a necessidade de salvação da humanidade. O termo “Emanuel”, que o
próprio escritor sagrado traduziu por “DEUS CONOSCO” (Mt 1:23), mostra que Deus
assumiu a forma humana e veio habitar entre os homens: “E o Verbo se fez carne
e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai,
cheio de graça e de verdade” (Jo 1:14). A Bíblia ensina tanto a divindade como
a humanidade de Cristo: “E todo o espírito que confessa que Jesus não veio em
carne não é de Deus” (1 Jo 4:3).
A
humanidade de Cristo está unida à sua divindade, pois Ele possui duas
naturezas, e essa união mantém intactas as propriedades de cada natureza, o que
está claramente expresso no seu nome EMANUEL. A encarnação do Senhor Jesus
fez-se necessária para satisfazer a justiça de Deus: o pecado entrou no mundo
por um homem, Adão; assim, tinha de ser vencido por um homem, Jesus. Em sua
natureza humana, Jesus participou de nossa fraqueza física e emocional, mas não
de nossa fraqueza moral e espiritual.
3. A deidade absoluta
de Jesus. A Bíblia afirma com frequência que Jesus é Deus: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava
com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1:1); “Porque
nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2:9).
As
Escrituras Sagradas revelam os atributos divinos na pessoa de Jesus. Ele é eterno: “Porque um menino nos
nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu
nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da
Paz” (Is 9:6). Onipotente: “Eu sou o
Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há
de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8);
Onipresente:
“Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio
deles” (Mt 18:20). Onisciente:
“Agora, conhecemos que sabes tudo” (Jo 16:30). As suas obras revelam também a
sua divindade. Ele é o absoluto soberano e criador de todas as coisas. Ele é a
fonte da vida, autor do novo nascimento, habita nos fiéis, dá a vida eterna,
inspirou também os profetas e apóstolos, distribui os ministérios, santifica os
fiéis, deu poder aos apóstolos, perdoa pecados, é adorado pelos humanos, pelos
anjos, na terra e no céu. Possui títulos divinos, como “Eu Sou”, o Alfa e o
Ômega, o Princípio e o Fim, e o Senhor dos Senhores.
4. O ministério terreno
de Jesus. O propósito da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo
ao mundo foi a redenção de todos os pecadores. O seu ministério terreno é
dividido pela trilogia: ensinar, pregar e curar. Sua mensagem era exposta com
simplicidade, clareza, originalidade e autoridade: “porquanto os ensinava com
autoridade e não como os escribas” (Mt 7:29); seu método ainda hoje
impressiona, pois Ele ensinava de modo que nunca houve nem antes e nem depois
dEle alguém que fizesse igual: “Nunca homem algum falou assim como este homem”
(Jo 7:46). Quanto aos milagres, Jesus preocupava-se com a integralidade das
pessoas, não só salvando-lhes a alma, mas também curando suas enfermidades:
“Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz” (Lc 8:48). Os milagres
operados por Cristo registrados no Novo Testamento revelam que Ele é o Messias
de Israel, como também a extensão do domínio do seu poder, mostrando sua
autoridade sobre a natureza, sobre o pecado, autoridade para perdoar pecados, sobre
a morte, sobre o Diabo com seus agentes e o Inferno, sobre as enfermidades, e
nada é impossível para Ele, o qual, a respeito de si mesmo, declarou: “É-me
dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28:18).
5. O significado de
“Filho”. O “Filho de Deus”, em relação ao Senhor Jesus
Cristo, significa que Ele é Deus igual ao Pai; trata-se de uma questão de
substância ou essência. Isso fica ainda mais claro na expressão “Filho
Unigênito”. O significado do termo na língua original revela a divindade de
Cristo. O termo usado para “unigênito” no Novo Testamento grego é monogenés,
composto por dois vocábulos, monós, “único, só, solitário”, e genós, “raça,
cepo, tipo”, e não geneá, “geração”. Entendemos que a palavra reflete a ideia
de natureza, caráter, tipo. “Unigênito”, pois, significa o “único da espécie”,
“único do tipo”. Jesus é singular, o único Filho de Deus que tem a essência do
Pai. O adjetivo “unigênito” transmite a ideia de consubstancialidade; Jesus é
tudo quanto Deus é. Disse Jesus: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10:30). A expressão
“filho de Deus” com relação ao crente em Jesus designa uma filiação por adoção,
individual, algo íntimo, e por isso clamamos: “Aba, Pai”, ou seja, “papai”:
“mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai”
(Rm 8:15); “E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito
de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gl 4:6); trata-se da relação espiritual de
Deus com os seres humanos mediante a fé em Jesus Cristo: “Porque todos sois
filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gl 3:26); “Mas a todos quantos o
receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu
nome” (Jo 1.12).
6. Os ofícios de
Cristo. O Senhor Jesus Cristo exerceu o chamado munus
triplex, “o tríplice ofício”, de profeta, sacerdote e rei. Eram os ofícios mais
importantes em Israel nos tempos do Antigo Testamento. Tudo isso diz respeito
às funções que falam sobre revelação, reconciliação e domínio.
(a) Profeta.
Os profetas existem desde o princípio do mundo, mas o ministério profético em
Israel é instituído com Moisés e Arão. A função do profeta era falar em nome de
Deus. O Novo Testamento revela que o próprio Jesus considerava-se profeta, pois
Ele mesmo disse: “Importa, porém, caminhar hoje, amanhã e no dia seguinte, para
que não suceda que morra um profeta fora de Jerusalém” (Lc 13:33); e, como tal,
Ele foi aclamado diversas vezes pelo povo: “E escandalizavam-se nele. Jesus,
porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua
casa” (Mt 13:57); “E a multidão dizia: Este é Jesus, o Profeta de Nazaré da
Galileia” (Mt 21:11). Todas as atividades registradas nos evangelhos revelam
que Ele era verdadeiramente o Profeta. Era o Deus-Homem que quis assumir o
ofício de profeta no exercício de seu ministério terreno. Visto que o profeta é
a boca de Deus, seu porta-voz que fala em seu nome e prega com autoridade do
céu, Jesus, de forma singular, como ninguém, apresentou todos esses requisitos.
Ele disse: “A palavra que ouviste não é minha, mas do Pai que me enviou” (Jo
14.24).
(b) Sacerdote.
O sacerdócio araônico, com todo o sistema de sacrifício, tinha a função de promover
uma mediação entre Deus e os filhos de Israel. Na Nova Aliança, no entanto,
Deus constituiu o Senhor Jesus o Mediador de toda a humanidade: “por isso, é
Mediador de um novo testamento” (Hb 9:15); “Porque há um só Deus e um só
mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” (1 Tm 2:5). O sacerdócio
de Cristo é superior ao de Arão: “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais
excelente, quanto é mediador de um melhor concerto” (Hb 8:6). A santidade de
Jesus como homem é única e real, absoluta e perfeita; não se trata, pois, de
uma santidade cerimonial, imposta pela lei aos sacerdotes levitas: “Porque nos
convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores
e feito mais sublime do que os céus” (Hb 7:26). O próprio Senhor Jesus Cristo
apresentou-se como sacrifício pelos pecados de toda a humanidade, e, além
disso, esse sacrifício foi único, perfeito e com validade eterna, resolvendo,
assim, para sempre, o problema do pecador: “mas este, havendo oferecido um
único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus”
(Hb 10:12). O sacrifício de Cristo soluciona objetivamente os efeitos do pecado
na vida daquele que crê no sacrifício vicário do calvário e responde
afirmativamente à oferta da graça de Deus, Cristo, recebendo-o como seu único e
suficiente Salvador.
(c) Rei.
O Senhor Jesus Cristo é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores: “E na veste e
na sua coxa tem escrito este nome: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES” (Ap 19:16).
Os grandes reis e impérios da história vieram e já se foram, mas o reinado de
Cristo é para sempre, pois o seu Reino não terá fim. O título messiânico,
“Filho de Davi”, foi-lhe conferido por Deus e anunciado pelos profetas do
Antigo Testamento como resultado da promessa divina feita ao rei Davi, de
estabelecer seu trono para sempre. “[...] que nasceu da descendência de Davi,
segundo a carne” (Rm 1:3). A promessa de Deus sobre o Messias ser da linhagem
de Davi era muito popular em Israel. Nesse contexto, Ele foi aclamado pelo povo
quando entrou em Jerusalém, montado num jumento: “Hosana ao Filho de Davi!” (Mt
21:9). O Senhor Jesus tinha consciência da sua filiação davídica e, em mais de
uma ocasião, Ele aceitou esse título, o qual lhe confere o direito ao trono de
Davi como seu herdeiro legítimo: “Este será grande e será chamado Filho do
Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e reinará
eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim” (Lc 1:32.33).
Sobre as obras de Cristo.
CREMOS: professamos e ensinamos que a morte e a
ressurreição corporal de Cristo são a viga mestra e o pilar da fé cristã. Esses
eventos distinguem o cristianismo de todas as religiões do mundo, pois o seu
fundador continua vivo e vive para sempre: “Não temas; eu sou o Primeiro e o
Último e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre” (Ap
1:17.18). Sem a sua morte, não haveria redenção: “E, sendo ele consumado, veio
a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem” (Hb 5:9). Sem
a ressurreição, não haveria esperança para a humanidade: “E, se Cristo não
ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também
os que dormiram em Cristo estão perdidos” (1 Co 15:17.18). As obras de Cristo
são amplas, mas aqui focamos em sua morte, ressurreição, ascensão ao céu e
também nas implicações teológicas de sua morte expiatória e vicária em favor de
todos os pecadores.
1. A morte de Jesus.
Não se trata apenas da morte de um justo, mas também de um sacrifício como
oblação pelos nossos pecados, que Deus propôs e recebeu como propiciação pelas
nossas ofensas. O aspecto histórico está nos evangelhos; o doutrinário, em
Atos, nas epístolas e em Apocalipse. O primeiro anúncio da vinda do Messias já
previa a sua morte: “esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn
3:15). Isso fala sobre seu sofrimento e, também, sobre sua glória. Os detalhes
são revelados progressivamente no transcorrer do tempo. O sofrimento e a morte
de Jesus foram anunciados de antemão no Antigo Testamento por figuras e tipos,
a começar pelo ritual do tabernáculo e, de maneira direta, pelos profetas. O
Novo Testamento ressalta o cumprimento dessas profecias.
2. A morte vicária.
Morte vicária significa morte substitutiva. Todo o sistema sacrificial do
Antigo Testamento fundamenta-se na ideia de substituição, e essa transferência
da culpa do pecador para a vítima é simbolizada pela imposição de mãos sobre a
cabeça do animal: “E porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja
aceito por ele, para a sua expiação” (Lv 1:4). A descrição do cordeiro da
Páscoa, desde o êxodo do Egito, aponta para Cristo e o seu sacrifício: “não
levarás daquela carne fora da casa, nem dela quebrareis osso” (Êx 12:46). Isso
foi cumprido no Calvário. O cordeiro pascoal foi sacrificado no Egito para a
redenção de Israel, em lugar dos primogênitos. Deus feriu os egípcios e livrou
os filhos de Israel. Da mesma forma, o Senhor Jesus morreu pelos nossos
pecados; Ele é o nosso Cordeiro Pascoal: “Porque Cristo, nossa páscoa, foi
sacrificado por nós” (1 Co 5:7).
O
caráter da morte substitutiva de Cristo é anunciado de maneira direta desde o
Antigo Testamento: “Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se
desviava pelo seu caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós
todos” (Is 53:6). A palavra profética continua mais adiante dizendo: “porquanto
derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores; mas ele levou
sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” (Is 53:12).
Jesus via a si mesmo nessa profecia de Isaías.
As iniquidades de todos os pecadores foram transferidas para o Servo
Sofredor mencionado nesse oráculo de Isaías. Sua morte foi em nosso lugar, Ele
morreu por todos, pelos pecados do mundo inteiro. O Senhor Jesus Cristo morreu
em favor dos pecadores: “que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as
Escrituras” (1 Co 15:3). Ao utilizar a expressão “segundo as Escrituras”, Paulo
assevera que o sacrifício de Jesus representa a convergência do pensamento exarado
no Antigo Testamento. O Senhor Jesus ofereceu-se como sacrifício voluntário, e
isso agradou o Pai.
3. Ressurreição e
ascensão de Cristo. Cremos e ensinamos que o Senhor Jesus
ressuscitou dentre os mortos ao terceiro dia, “segundo as Escrituras” (1 Co 15:4),
e apresentou-se vivo, com muitas e infalíveis provas aos seus discípulos por
espaço de dias. A ressurreição de Jesus
foi corporal, conforme profetizado no Antigo Testamento, anunciado de antemão
pelo próprio Senhor Jesus Cristo, testemunhado pelos apóstolos: “Deus
ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas” (At 2:32). Essa
promessa divina cumpriu-se, como testificou o apóstolo Pedro no dia de
Pentecostes. Além dos apóstolos, Jesus apareceu a Saulo de Tarso e a Tiago e
ainda a mais de 500 pessoas. A expressão “segundo as Escrituras” significa que
esses acontecimentos estavam no cronograma divino e foram registrados de
antemão no Antigo Testamento. A morte e a ressurreição de Jesus são os
principais elementos que distinguem o cristianismo de todas as religiões da
terra, pois Jesus, o seu fundador, vive para sempre: “havendo Cristo
ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais terá domínio sobre ele”
(Rm 6:9). A sua morte vicária seria destituída de significado teológico se ele
tivesse permanecido na sepultura. Aquele corpo que foi crucificado não pôde
ficar na sepultura. Essa ressurreição significa a glorificação e exaltação de
Jesus, a vitória esmagadora sobre Satanás, sobre o pecado, sobre a morte e
sobre o Inferno. A morte e a ressurreição de Jesus são o centro da pregação do
evangelho. A ascensão vitoriosa de Cristo ao céu é a coroação de seu
ministério. Após sua morte e ressurreição, foi elevado ao céu: “e aconteceu
que, abençoando-os ele, se apartou deles e foi elevado ao céu” (Lc 24:51); e
assentou-se à direita de Deus, onde se
encontra até hoje.
4. A expiação.
Cremos que Deus aceitou a morte de seu Filho Jesus Cristo como expiação pelos
nossos pecados: “mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados,
está assentado para sempre à destra de Deus” (Hb 10:12); “levando ele mesmo em
seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados,
pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados” (1 Pe 2:24).
O
termo “expiação” ou o verbo “expiar” refere-se a sacrifício para purificação e
perdão dos pecados, mas o significado primário dessa palavra é “cobrir”, cuja
ideia é de cobrir com sangue: “porquanto é o sangue que fará expiação pela
alma” (Lv 17:11). Esse ritual está no sistema mosaico: “assim, o sacerdote por
ela fará expiação dos seus pecados, que pecou, e lhe será perdoado o pecado”
(Lv 4:35). Enquanto princípio, é reafirmado no Novo Testamento: “sem
derramamento de sangue, não há remissão” (Hb 9:22). Isso é chamado propiciação
— o ato que apazigua a ira divina e satisfaz a santidade e a justiça de Deus —
resultando no perdão dos pecados. Deus propôs Cristo Jesus para propiciação por
meio da fé no seu sangue. Jesus é a propiciação pelos pecados do mundo inteiro.
A ira divina é a reação da santidade de Deus ante a pecaminosidade humana. A
expiação é o meio para aplacar essa ira. A propiciação é resultado do amor de
Deus. Esse amor foi a causa do envio do Filho para propiciação: “Nisto está o
amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou
seu Filho para propiciação pelos nossos pecados” (1 Jo 4:10).
5.
O valor do sacrifício de Jesus. O Senhor Jesus
ofereceu um sacrifício perfeito. A vítima do sacrifício foi Ele mesmo: “o
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29); e não um animal, pois
o sangue de animais não era suficiente para pagar tão alto preço. Por isso,
Jesus submeteu-se a si mesmo como sacrifício fazendo expiação com o seu próprio
sangue por todos os seres humanos: “para que, pela graça de Deus, provasse a
morte por todo homem” (Hb 2:9). O Senhor Jesus Cristo é o verdadeiro homem e o
verdadeiro Deus. Como homem, Ele viveu e sentiu as necessidades humanas. Nasceu
de uma mulher, embora tivesse sido gerado pela ação sobrenatural do Espírito
Santo. Seu nascimento virginal foi natural como de qualquer ser humano, e Ele
cresceu em estatura e em sabedoria, sentiu sono, fome, sede e cansaço. Ele
sofreu, chorou, sentiu tristeza e angústia. Jesus teve mãe humana, além de
irmãos e irmãs couterinos, dando provas materiais de ter corpo humano, sendo
feito semelhante aos homens, mas sem pecado. O valor de sua morte é suficiente
para salvar todos e cada um dos pecadores. Assim, Ele pôde expiar o pecado do
povo: “Pelo que convinha que, em tudo, fosse semelhante aos irmãos, para ser
misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os
pecados do povo” (Hb 2:17); “Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido
sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei” (Gl 4:4.5). Sendo Jesus Deus
e homem. Jesus não conheceu o pecado, mas fez-se pecado por nós. Assim sendo, o
sacrifício de Jesus é de um valor infinito e ilimitado: sua morte pode expiar
os pecados da humanidade inteira. A morte de Jesus pôs fim à inimizade entre
Deus e a humanidade, e isso é chamado de reconciliação. Fomos reconciliados com
Deus pela morte de Jesus o seu Filho.
Pastor
Carlos Celestino dos Santos
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